Após o discurso do Estado da União de Donald Trump nesta terça-feira (4), no qual citou o Brasil como um dos países que “roubam” os Estados Unidos com tarifas sobre produtos americanos, diplomatas brasileiros apontam a necessidade de uma postura equilibrada e estratégica em relação ao governo dos EUA. Segundo eles, o Brasil deve adotar uma abordagem “firme”, mas “cuidadosa”, sem deixar de responder, mas avaliando o momento certo para fazê-lo.
Trump, que já havia defendido políticas protecionistas durante sua campanha, tem implementado uma série de tarifas contra diversos países, incluindo uma sobretaxa de 25% sobre aço e alumínio estrangeiros, com o intuito de proteger os produtores locais dos EUA. Esses movimentos afetam diretamente as economias de países que exportam para os Estados Unidos.
Diplomatas consultados pela GloboNews destacaram que o governo brasileiro tem sido prudente para evitar agravar a situação, com um diplomata afirmando que “prudência não é deixar de responder”, mas sim “saber o momento de responder”. Outro diplomata sugeriu que o Brasil deve evitar ações impulsivas que possam agravar ainda mais o cenário, adotando uma postura “cuidadosa, mas responsiva”, mantendo firmeza, mas com cautela.
Marcos Azambuja, ex-embaixador do Brasil e conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), avaliou que o discurso de Trump foi “agressivo” e que o Brasil deve estar alerta para possíveis “respostas severas” do governo dos EUA. Segundo ele, embora as acusações de Trump não se justifiquem, é essencial que o Brasil se posicione com firmeza e prudência, sem cair em provocações que possam prejudicar as relações bilaterais.
O Itamaraty, portanto, precisará manter uma postura equilibrada, respondendo com clareza e articulação quando necessário, mas sem alimentar animosidades que possam prejudicar ainda mais os laços entre os dois países.
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