Trump adota postura autoritária no início de seu segundo mandato com avalanche de decretos e retaliações

Trump adota postura autoritária no início de seu segundo mandato com avalanche de decretos e retaliações

A primeira semana do segundo mandato de Donald Trump à frente da Casa Branca foi marcada por uma série de medidas autoritárias e desorientadoras, com um forte tom de intimidação e retaliação a adversários políticos. O presidente se destacou pela agressiva implementação de decretos que minaram políticas do governo anterior e trouxeram à tona um tom de vingança, como o perdão a manifestantes do 6 de janeiro que atacaram policiais, a retirada de proteções de segurança a ex-colaboradores críticos, e a demissão de fiscais independentes responsáveis pela fiscalização de agências federais.

No papel de “escolhido por Deus” para “tornar a América grande novamente”, Trump iniciou uma revolução política, apelidada de “choque e pavor”, que se espalhou por seu governo. Suas ações nos primeiros dias mostraram claramente um perfil autoritário, com medidas que reverteram as políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão estabelecidas por Joe Biden. O presidente tornou invisíveis cerca de três milhões de americanos transgêneros, estabelecendo apenas dois gêneros — masculino e feminino — para a população.

Trump também enviou tropas federais à fronteira sul do país para ajudar na deportação de imigrantes sem documentos e revogou a garantia automática de cidadania americana a quem nasce no país, desafiando a 14ª Emenda da Constituição. Além disso, o presidente se voltou contra aqueles que considerou desleais, demitindo conselheiros e revogando as proteções de segurança de John Bolton e Mike Pompeo, ex-integrantes de seu governo que haviam se tornado críticos de sua administração.

Outro alvo foi o ex-consultor de doenças infecciosas Anthony Fauci, com quem Trump teve embates durante a pandemia de Covid-19. O presidente desativou a equipe de segurança de Fauci, que já estava na lista de desafetos perdoados por Joe Biden antes de deixar o cargo.

Entre outras medidas, Trump anunciou planos para desativar ou reformar a Fema (agência federal para gerenciamento de emergências), e criticou o funcionamento da resposta a desastres nos estados, sugerindo que cada estado lidasse com seus próprios problemas.

Embora seu ritmo intenso de decretos tenha sido uma promessa de campanha, as repercussões ainda estão longe de ser definitivas. Uma ordem judicial já bloqueou uma de suas medidas sobre o direito à cidadania, que foi considerada inconstitucional. Mesmo com o controle do Congresso, Trump ainda pode ser limitado pelo Judiciário e pelos estados em algumas de suas ações.

A oposição política pareceu desorientada diante da avalanche de medidas, com algumas tentativas de reação concentradas em figuras como a bispa Mariann Edgar Budde, que se destacou ao fazer um apelo corajoso em favor dos imigrantes e da comunidade LGBTQIA+, desafiando Trump e se recusando a pedir desculpas por sua posição.

Com um capital político que tende a se esvair rapidamente, Trump segue avançando em sua agenda, enquanto o país observa as consequências de suas ações, que, em muitos casos, já estão sendo contestadas no campo jurídico e pela opinião pública.

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