investigação mostra detalhes de como Israel enganou o Hezbollah com um pagers explosivos

investigação mostra detalhes de como Israel enganou o Hezbollah com um pagers explosivos

Um relato revelou que a inteligência israelense articulou uma história para promover um produto, buscando conquistar a confiança no mercado, com a inclusão de comentários de usuários online. Este esquema se entrelaçou com a escalada de tensões no Oriente Médio, que se aproxima de um conflito regional. Uma imagem datada de 18 de setembro de 2024, mostra os destroços de pagers que explodiram em Beirute, no Líbano.

As baterias armadas que chegaram ao Líbano no início do ano eram parte de uma estratégia israelense destinada a desestabilizar o Hezbollah. Apesar de apresentarem um aspecto enganador, também possuíam uma vulnerabilidade. Os agentes que desenvolveram os pagers projetaram uma bateria que escondia uma pequena, mas poderosa carga de explosivo plástico e um detonador inovador que não era detectável por raio-X, segundo informações de uma fonte libanesa e análises de imagens feitas pela Reuters.

Para compensar a falta de um histórico sólido sobre o novo produto, que tinha uma aparência “gordinha”, a inteligência israelense criou lojas, páginas e postagens falsas na internet, capazes de confundir qualquer verificação realizada pelo Hezbollah, conforme revela uma análise de arquivos da Reuters. A meticulosa concepção da bomba disfarçada de pager, juntamente com a cobertura cuidadosamente elaborada para a bateria, revela detalhes de uma operação que se estendeu por anos, resultando em ataques sem precedentes contra o grupo extremista e na crescente tensão no Oriente Médio.

Quando o Hezbollah recebeu os pagers em fevereiro, foi feita uma busca por explosivos, utilizando scanners de segurança de aeroportos, sem encontrar nada suspeito. O dispositivo foi projetado para gerar uma faísca suficiente para ativar o detonador, causando a explosão. No dia 17 de setembro, milhares de pagers explodiram simultaneamente, resultando em 39 mortes e mais de 3.400 feridos.

Fontes ocidentais de segurança afirmaram que o Mossad, a agência de inteligência israelense, liderou os ataques. Israel não confirmou nem negou envolvimento nas explosões, mas o ministro da Defesa elogiou os resultados do Mossad, o que foi interpretado como um reconhecimento tácito de sua participação.

Os pagers, disfarçados de aparelhos comuns, continham uma bateria que não existia no mercado, levando os agentes israelenses a criar uma história fictícia. Para enganar o Hezbollah, o modelo foi apresentado sob uma marca taiwanesa conhecida. Após as explosões, o Hezbollah iniciou investigações internas para entender como a falha de segurança ocorreu e começou a identificar possíveis informantes.

A tensão entre Hezbollah e Israel aumentou desde 8 de outubro de 2023, quando o grupo extremista começou a lançar foguetes em apoio ao Hamas. Israel, após os ataques, iniciou uma ofensiva total contra o Hezbollah, incluindo uma invasão terrestre e ataques aéreos que eliminaram grande parte da liderança do grupo. As investigações do Hezbollah foram impactadas pela morte de um oficial sênior responsável pela investigação de aquisições em um ataque aéreo israelense, onze dias após as explosões.

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