Autoridades dos Estados Unidos e da Rússia se reuniram nesta terça-feira (18) em Riade, na Arábia Saudita, para discutir o fim do conflito na Ucrânia. Este encontro é a primeira discussão oficial entre os dois países sobre um possível acordo de paz e ocorre apenas uma semana após os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, conversarem por telefone e concordarem em iniciar imediatamente negociações para encerrar a guerra.
No entanto, como as tratativas estão ocorrendo sem a presença de um representante da Ucrânia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus consideram essas negociações inválidas. Zelensky deixou claro que não aceitará qualquer proposta de paz que surja das conversas entre os EUA e a Rússia, sem a participação direta da Ucrânia.
Durante o encontro, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, reafirmou a posição do governo russo em relação à Ucrânia e à sua adesão à OTAN. Ela reiterou que a Rússia considera inaceitável a possibilidade de adesão da Ucrânia à aliança, além de exigir que a OTAN rejeite as promessas feitas na cúpula de Bucareste, em 2008, sobre a adesão de países como Ucrânia e Geórgia.
A reunião em Riade também simboliza uma reviravolta na política externa dos EUA, que havia mantido uma postura de isolamento em relação à Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022. A tentativa de restaurar as relações bilaterais entre os dois países é um passo significativo, com a perspectiva de um encontro futuro entre Trump e Putin, conforme anunciado pelo Kremlin.
A delegação americana é liderada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e inclui também o enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o assessor de segurança nacional Mike Waltz. Pela parte russa, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e o assessor de política externa da presidência, Yuri Ushakov, representam Putin nas negociações.
Apesar da exclusão da Ucrânia do processo, Zelensky já tem uma visita programada à Arábia Saudita para quarta-feira (19), a qual foi agendada antes do anúncio do encontro entre EUA e Rússia. O presidente ucraniano tem reiterado que qualquer proposta de paz que não envolva diretamente a Ucrânia não será aceita.
A ligação entre Trump e Putin e o fim do isolamento de Moscou marcaram uma mudança significativa na política dos EUA, e essa reaproximação é vista com cautela por parte da Europa, que agora busca garantir sua participação nas futuras negociações de paz.
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