O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira (4) que a recente queda do dólar e a expectativa de uma safra recorde neste ano são fatores que devem ajudar a conter o aumento dos preços dos alimentos no Brasil. A alta dos preços no setor alimentar tem sido um dos principais desafios econômicos para o governo desde o início de 2024.
Em comentário a jornalistas, Haddad destacou que a desvalorização do dólar, que caiu de R$ 6,10 para R$ 5,80, terá um impacto positivo sobre os preços dos alimentos. “Isso já ajuda muito, porque essa escapada que deu… Com a ação do Banco Central e do Ministério da Fazenda, essas variáveis macroeconômicas se acomodam em outro patamar e isso, certamente, vai favorecer”, afirmou. O ministro também mencionou a expectativa de uma safra agrícola muito forte, o que deve colaborar para o controle dos preços.
A análise do Banco Central, divulgada na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), aponta que os preços dos alimentos “se elevaram de forma significativa” e que esse aumento tende a se “propagar” para os próximos meses. A instituição apontou como fatores para a alta a estiagem ao longo do ano e a elevação nos preços das carnes, influenciados pelo ciclo do boi.
O aumento dos preços dos alimentos tem sido uma preocupação constante do governo federal, especialmente desde 2023, quando pesquisas de opinião indicaram que o custo elevado nos supermercados estava impactando negativamente a avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em janeiro, Lula convocou ministros para uma reunião de quatro horas, onde discutiram possíveis ações para reduzir os preços dos alimentos no país.
Na última semana, após um encontro com a equipe econômica, os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, descartaram a adoção de medidas excepcionais para conter a alta dos preços, mantendo a confiança nas políticas macroeconômicas e no fortalecimento da safra agrícola.
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