Bruno Almeida Souza, de 41 anos, um dos sobreviventes da trágica explosão de um avião em Ubatuba no início deste ano, detalhou em depoimento à polícia os momentos que antecederam o acidente. Durante a oitiva, ele revelou que, ao sobrevoar o aeroporto de Ubatuba, percebeu que a pista de pouso era curta e se assustou quando o piloto tentou arremeter. A Polícia Civil concluiu o inquérito nesta segunda-feira (17), mas não apontou a causa do acidente e encaminhou o caso à Polícia Federal para investigação adicional.
Relato do Sobrevivente
Em seu depoimento, Bruno afirmou que ao ver a pista de pouso se aproximando rapidamente, pensou: “nossa, não vai dar”. Ele relatou que o avião tentou fazer uma curva fechada devido a um morro nas proximidades e que o piloto pareceu ter dificuldades para aterrissar, demorando para tocar na pista. “Quando ele entrou para fazer a cabeceira, achei que a curva estava muito fechada”, descreveu Bruno, lembrando ainda do momento em que o piloto acionou os freios e tentou arremeter, provavelmente por não acreditar que conseguiria parar a tempo. A última lembrança de Bruno foi da pista se acabando, seguido pelo momento em que acordou no hospital.
O Acidente e Suas Vítimas
O acidente ocorreu no dia 9 de janeiro, quando um avião de pequeno porte ultrapassou a pista do aeroporto de Ubatuba e explodiu na Praia do Cruzeiro. O piloto, Paulo Seghetto, de Goiânia, faleceu após tentativas de reanimação. Já os passageiros, Mireylle Fries, de 41 anos, seu marido Bruno Almeida Souza, de 41, e seus dois filhos, de 4 e 6 anos, sobreviveram ao acidente e foram hospitalizados, mas se recuperaram. Além disso, duas pessoas fora da aeronave também ficaram feridas. A professora Rosana Maria Alves Vieira, de 59 anos, foi uma das pedestres feridas e permaneceu internada devido a uma fratura no pé, mas já recebeu alta.
Circunstâncias do Acidente
O avião, um Cessna 525, modelo Citation 525, havia decolado do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás, e tentava pousar no Aeroporto de Ubatuba. De acordo com os dados da fabricante da aeronave e do próprio aeroporto, a pista de Ubatuba, com 940 metros de comprimento, é curta para um pouso seguro desse tipo de avião. A aeronave necessita de pelo menos 789 metros para aterrissar com segurança, o que, somado às condições climáticas desfavoráveis e à pista molhada, pode ter contribuído para o acidente.
Encaminhamentos Futuros
O inquérito conduzido pela Polícia Civil foi enviado à Justiça Federal e à Polícia Federal, que irão dar continuidade à investigação. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) também informou que está apurando o caso.
O acidente gerou grande comoção na região e as investigações seguem para determinar as causas exatas da tragédia, que envolveu não apenas as vítimas a bordo do avião, mas também pedestres que estavam no local no momento da explosão.
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