Governo brasileiro exige explicações dos EUA sobre tratamento degradante a brasileiros deportados

Governo brasileiro exige explicações dos EUA sobre tratamento degradante a brasileiros deportados

O tratamento degradante sofrido por brasileiros deportados de volta ao Brasil gerou fortes críticas por parte do governo brasileiro. O incidente, que ocorreu na última sexta-feira (24), envolveu o uso de algemas e correntes em 88 cidadãos repatriados em um voo dos Estados Unidos. O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) anunciou que solicitará explicações formais às autoridades dos EUA sobre as condições do transporte, que considera violadoras de acordos bilaterais que garantem o tratamento digno e respeitoso aos deportados.

De acordo com informações da Polícia Federal, o voo norte-americano fez um pouso de emergência no aeroporto de Manaus (AM) devido a falhas técnicas, incluindo problemas no sistema de ar condicionado. Durante a parada, constatou-se que os deportados estavam algemados. O governo brasileiro determinou a retirada das algemas e providenciou a transferência dos deportados para o Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais, por meio de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

Em nota oficial, o Itamaraty reafirmou que o uso indiscriminado de algemas e correntes contraria os termos do acordo com os Estados Unidos, que prevê o tratamento humano, digno e respeitoso dos repatriados. O governo brasileiro também ressaltou seu compromisso com a segurança e a dignidade dos cidadãos e afirmou estar acompanhando de perto as mudanças nas políticas migratórias norte-americanas.

No sábado (25), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu com autoridades locais, incluindo o superintendente interino da Polícia Federal no Amazonas e o comandante do 7º Comando Aéreo Regional da FAB, para discutir o ocorrido. A reunião gerou um relatório detalhado que será enviado ao governo dos EUA, reforçando o pedido de explicações sobre o tratamento dispensado aos deportados.

O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, também manifestou repúdio às práticas adotadas no voo. Em uma nota divulgada no domingo (26), Pacheco afirmou que “o respeito à dignidade humana é um princípio fundamental em uma sociedade civilizada e democrática” e condenou as ações no voo de repatriação.

As deportações em massa de imigrantes ilegais, intensificadas durante o governo de Donald Trump, continuam sendo um ponto de tensão entre os EUA e outros países, incluindo o Brasil. Desde 2018, o Brasil concordou com os voos de repatriação para reduzir o tempo de detenção de seus cidadãos nos centros de imigração norte-americanos, mas reforça que tais acordos devem ser cumpridos com total respeito aos direitos humanos.

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