A Polícia Federal informou nesta terça-feira (21) que, ao longo de 2024, o governo dos Estados Unidos deportou ao menos 1.648 brasileiros que tentaram cruzar a fronteira com o México e foram detidos. Esses deportados foram enviados de volta ao Brasil em 16 voos fretados pelo governo norte-americano. Vale ressaltar que esses números se referem apenas àqueles que tentaram entrar nos EUA pela fronteira e foram “devolvidos”. Não estão incluídos brasileiros que chegaram aos EUA em voos comerciais e não foram admitidos, uma informação que o governo dos EUA não divulga.
Esse número representa um aumento de 33% em relação ao ano anterior, quando 1.240 brasileiros foram detidos na fronteira e deportados. Confira os números de deportações de brasileiros nos últimos anos:
- 2020: 1.138 deportados em 21 voos (último ano do primeiro governo Trump)
- 2021: 2.188 deportados em 24 voos
- 2022: 1.423 deportados em 17 voos
- 2023: 1.240 deportados em 16 voos
- 2024: 1.648 deportados em 16 voos
No dia da posse de Donald Trump, na segunda-feira (20), ele anunciou novas medidas restritivas para a imigração. Em seu discurso, o presidente americano ressaltou a implementação de “medidas ousadas para proteger nossa fronteira e as comunidades americanas”. Entre as principais ações planejadas, destacam-se:
- Restabelecimento da política “Permaneça no México”
- Retomada da construção do muro na fronteira entre os EUA e o México
- Punição com pena de morte para imigrantes ilegais que assassinarem cidadãos americanos
- Fim do asilo para quem cruzar a fronteira ilegalmente
- Grande operação de deportação de imigrantes ilegais
- Envio das Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, para reforçar a segurança na fronteira
- Classificação dos cartéis de drogas como “organizações terroristas estrangeiras”, com base na Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1798
Além disso, Trump declarou “emergência” na fronteira com o México, o que possibilita o envio de militares para a região. No primeiro dia de seu novo mandato, ele revogou cerca de 80 decretos do governo de seu antecessor, Joe Biden, especialmente relacionados à imigração. Entre os decretos revogados, estava o que permitia a reunificação de famílias de imigrantes separadas na fronteira. O republicano também retirou o direito automático à cidadania para crianças nascidas nos EUA e anunciou a suspensão por pelo menos quatro meses da concessão de refúgios, além de uma revisão do sistema para análise desses pedidos.
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