O Chile convocou seu embaixador na Venezuela, Jaime Gazmuri, para retornar ao país nesta terça-feira (7), em um gesto diplomático considerado uma repreensão ao governo de Nicolás Maduro. A medida foi tomada a poucos dias da posse de Maduro para um novo mandato, marcada para sexta-feira (10), e está relacionada às eleições presidenciais de julho de 2024, amplamente contestadas pela comunidade internacional.
O Ministério das Relações Exteriores chileno emitiu uma nota afirmando que a decisão de recall do embaixador foi motivada pela alegação de “fraude eleitoral” nas eleições venezuelanas. O Chile considera que a vitória de Maduro não reflete a vontade legítima do povo, e que seu governo não tem uma base democrática.
“O Governo do Chile decidiu pôr fim à missão de seu embaixador na Venezuela, o senhor Jaime Gazmuri, em resposta à fraude eleitoral perpetrada pelo regime de Maduro, que declarou sua continuidade na presidência a partir de 10 de janeiro”, disse o ministério chileno.
Jaime Gazmuri era o último representante diplomático do Chile na Venezuela, depois que o restante do corpo diplomático chileno foi expulso de Caracas em agosto de 2024, em um contexto de crescente isolamento internacional da administração Maduro. A Venezuela adotou uma postura similar com outros países sul-americanos, interrompendo relações diplomáticas com várias nações.
A decisão do Chile ocorre em um momento de crescente tensão entre a Venezuela e diversos países da região. Na segunda-feira (6), Maduro cortou relações diplomáticas com o Paraguai, após o governo paraguaio anunciar apoio a Edmundo González, opositor de Maduro, que declarou sua intenção de assumir a presidência da Venezuela.
González, que estava exilado na Espanha após um mandado de prisão ser expedido contra ele pelo regime, iniciou uma série de visitas a países das Américas, com paradas na Argentina, Uruguai e Estados Unidos, como parte de sua campanha para ser reconhecido como o legítimo presidente da Venezuela.
Em sua nota, o governo chileno destacou ainda a falta de abertura por parte do governo venezuelano, que tem dificultado o desenvolvimento de um diálogo bilateral eficaz. O Chile expressou sua esperança de que a Venezuela retome o caminho da democracia e da proteção dos direitos humanos, princípios considerados ausentes no país sob a liderança de Maduro.








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