A Páscoa de 2025 chega com sabor amargo para o bolso dos consumidores. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o preço do chocolate deve registrar um aumento médio de 18,9% — o maior reajuste em 13 anos. A alta é atribuída à valorização do cacau no mercado internacional e à desvalorização do real frente ao dólar, que saltou de R$ 5 para R$ 5,80 em um ano.
Com isso, as vendas no varejo devem somar R$ 3,36 bilhões, valor que representa uma queda de 1,4% em relação à Páscoa do ano passado, já considerando os efeitos da inflação. A retração interrompe uma sequência de crescimento nas vendas registrada desde 2021.
De acordo com a CNC, o principal motivo da queda é o aumento expressivo nos preços dos produtos típicos da celebração, especialmente o chocolate. A cesta de itens ligados à Páscoa deve ter um reajuste médio de 7,4%, com destaque também para o bacalhau (+9,6%) e o azeite de oliva (+9%).
“O mercado de trabalho tem mostrado algum dinamismo, mas os preços elevados devem frear o entusiasmo do consumidor. A Páscoa de 2025 aponta para um consumo mais cauteloso, apesar da força emocional e tradicional da data”, afirmou a entidade em nota oficial.
O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou que o cenário macroeconômico incerto, marcado por inflação externa e volatilidade cambial, obriga o varejo a repensar estratégias em todas as frentes.
Outro sinal de desaquecimento vem do setor de importações. Segundo o economista da CNC, Fábio Bentes, os dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que, em março, a entrada de chocolates importados caiu 17,6%, enquanto o volume de bacalhau recuou 11,7%.
Apesar das dificuldades econômicas, o apelo emocional da Páscoa ainda mantém seu espaço no calendário, mesmo com consumidores mais seletivos e atentos aos preços.
4o
Deixe um comentário