O Censo 2022, divulgado pelo IBGE, revelou que quase um terço dos indígenas brasileiros (29%, ou 470.250 pessoas) vive sem acesso adequado a água, esgoto e coleta de lixo, o que representa dez vezes a média nacional (2,9%). Nas terras indígenas, esse percentual sobe para 62,2%. Em termos de infraestrutura básica:
- Água: 38% dos indígenas não têm abastecimento adequado (69% nas terras indígenas).
- Esgoto: 60% dos indígenas não possuem saneamento (85% nas terras indígenas).
- Coleta de lixo: 45% não têm serviço adequado (86% nas terras indígenas).
Apesar de algumas melhorias desde o Censo de 2010, os números mostram que a precariedade ainda é alarmante. Marta Antunes, coordenadora do Censo, destacou que as soluções devem respeitar a organização social dos territórios indígenas, sem exigir que essas populações se mudem para áreas urbanas.
Outro dado importante do Censo é o elevado índice de analfabetismo entre indígenas: 15%, o dobro da média nacional. Contudo, essa taxa apresentou uma queda significativa em relação a 2010, quando era de 23%. A pesquisa também apontou que 91,9% dos indígenas vivem em casas, dentro ou fora das terras indígenas.
Esses dados mostram a complexidade dos desafios enfrentados pelas populações indígenas e reforçam a necessidade de políticas públicas específicas para melhorar suas condições de vida sem interferir em suas tradições e modos de vida.
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