Brasil registra média de 645 amputações de pênis por ano.

Brasil registra média de 645 amputações de pênis por ano.

Nos últimos dez anos, o Brasil tem registrado uma média anual de 645 amputações de pênis, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). A principal causa dessas amputações está relacionada a um tipo raro de câncer, que representa 2% de todos os tipos de câncer que afetam os homens.

A médica oncologista Dra. Ana Paula Rondina destacou que o câncer de pênis está frequentemente ligado à infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano), uma doença sexualmente transmissível que pode causar verrugas e tumores em homens e mulheres. Ela explicou que o HPV está presente em 30% a 50% dos casos de câncer de pênis, embora nem todos os homens infectados desenvolvam a doença. O HPV também é responsável por outros tipos de câncer, como o de orofaringe, que afeta a região das amígdalas e da garganta.

Embora o câncer de pênis atinja principalmente homens com mais de 50 anos, também pode afetar pessoas mais jovens. A médica ressaltou que o câncer de orofaringe, por exemplo, acomete em grande parte jovens a partir dos 30 anos, especialmente aqueles que não fumam, mas têm infecção por HPV.

De acordo com dados da SBU, entre 2012 e 2022, cerca de 21 mil homens foram diagnosticados com câncer de pênis no Brasil. Além do HPV, a falta de higiene adequada e a não remoção do prepúcio, condição conhecida como fimose, também são fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento dessa doença.

O câncer de pênis é mais comum nas regiões norte e nordeste do Brasil, e as condições socioeconômicas precárias também estão associadas a um aumento dos casos. Apesar de ser considerado raro, o câncer de pênis foi responsável por 4.592 mortes entre 2011 e 2021, de acordo com o Atlas da Mortalidade do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Em resposta a esse cenário, a Sociedade Brasileira de Urologia institui o mês de conscientização e combate ao câncer de pênis, com o objetivo de alertar os homens sobre a importância de medidas preventivas. A vacinação contra o HPV, disponível gratuitamente na rede pública de saúde, é um dos principais métodos de prevenção. A Dra. Ana Paula Rondina enfatizou que a vacinação deve ser aplicada tanto em meninas quanto em meninos, entre 9 e 14 anos, para garantir a proteção contra as infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, ela destacou a importância do uso de preservativos como medida de proteção adicional.

A vacina contra o HPV deve ser administrada em duas doses para crianças e adolescentes, com a segunda dose sendo aplicada seis meses após a primeira. Para adultos imunossuprimidos, a vacina deve ser aplicada em três doses, com a segunda dose após dois meses da primeira e a terceira após seis meses. A médica alertou que o cumprimento das doses de reforço é essencial para garantir a eficácia da vacina.

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