O cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza encontra-se em uma situação crítica, com negociações para a segunda fase do acordo sendo adiadas. As acusações de violação do acordo por ambas as partes, juntamente com as ameaças de Donald Trump e o caos em torno da libertação dos reféns, aumentam as tensões e geram receios de que a trégua possa ser rompida a qualquer momento.
Em uma declaração emitida nesta terça-feira (11), o Hamas criticou as declarações de Trump, dizendo que ele “não ajuda em nada e só complica a situação” ao sugerir que Israel rompa o cessar-fogo e retome a guerra caso o grupo atrase a libertação de reféns. O Hamas lembrou que o acordo deve ser respeitado por ambas as partes para garantir o retorno dos prisioneiros israelenses.
As tensões aumentaram depois que o grupo terrorista palestino suspendeu, “até nova ordem”, a libertação de reféns, citando violações do cessar-fogo por Israel, incluindo bombardeios e interferência na entrada de ajuda humanitária. Israel, por sua vez, acusou o Hamas de violar o acordo.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, informou que, desde o início do cessar-fogo em 19 de janeiro, 92 pessoas morreram e 822 ficaram feridas devido a “ataques diretos” de tropas israelenses.
O impasse também causou o adiamento das negociações da segunda fase do acordo, que inclui a devolução de todos os reféns e o fim definitivo da guerra. A proposta de Trump de que os EUA “assumiriam” a Faixa de Gaza após o conflito, com a retirada dos palestinos para criar uma “Riviera do Oriente Médio”, gerou protestos e foi amplamente rejeitada pela comunidade internacional, incluindo o Hamas, que a considerou uma tentativa de “limpeza étnica”.
O conflito entre Israel e Hamas, iniciado em outubro de 2023, já resultou em mais de 40 mil mortes e gerou uma devastação extrema em Gaza. O acordo de cessar-fogo foi estabelecido em três fases, com a primeira fase focando na cessação dos ataques, libertação de reféns e retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza. A segunda fase envolve a libertação de mais reféns palestinos e israelenses, e a terceira fase tratará da reconstrução da região e da governança do território palestino.








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