Expulsão do Fundador do Sodalício Após Denúncias de Abusos Sistêmicos

Expulsão do Fundador do Sodalício Após Denúncias de Abusos Sistêmicos

Ascensão e Queda de Luis Fernando Figari

Luis Fernando Figari fundou o Sodalício da Vida Cristã em 1971, no Peru, com a missão de promover valores conservadores dentro da Igreja Católica. Com o tempo, o movimento se tornou uma das organizações religiosas mais influentes do país, com ramificações internacionais, incluindo no Brasil. No entanto, por trás dessa fachada, emergiram denúncias graves de abuso de poder, violência e agressões sexuais que teriam sido cometidas por Figari e outros líderes do movimento.

O Sistema de Controle e Abusos

De acordo com ex-membros, Figari criou um sistema de submissão e lealdade cega dentro do Sodalício, usando violência e abuso como ferramentas de controle. Jovens integrantes do movimento foram submetidos a práticas degradantes, incluindo abusos físicos e psicológicos. Muitos ainda sofrem as consequências dessas experiências traumáticas e, até hoje, não receberam a devida justiça.

A Reação da Igreja Católica

Após anos de denúncias ignoradas ou silenciadas no Peru, o Vaticano finalmente tomou medidas contra Figari. Em agosto de 2024, o papa Francisco decretou a expulsão de Figari do Sodalício, uma decisão considerada corajosa por muitos. A Igreja Católica, através da Conferência Episcopal Peruana, afirmou que essa ação visa “restabelecer a justiça” e proteger os fiéis no futuro. No entanto, essa decisão veio após décadas de silêncio institucional sobre as acusações, levantando questionamentos sobre a eficácia e o verdadeiro compromisso da Igreja em lidar com abusos internos.

O Sodalício no Brasil e a Continuação das Investigações

O Sodalício também tem uma presença significativa no Brasil, onde opera desde 1986, com comunidades no Rio de Janeiro, Petrópolis e São Paulo. Em 2019, o movimento emitiu um pedido de perdão às vítimas de Figari no Brasil. Após a expulsão de Figari, o Sodalício no Brasil declarou seu apoio à decisão do papa e reiterou seu compromisso em colaborar com as investigações. No entanto, críticos apontam que, apesar das medidas tomadas, o movimento ainda mantém estruturas de poder que podem perpetuar a cultura de silêncio e impunidade.

O Futuro do Sodalício e o Clamor por Justiça

Com a expulsão de Figari, as vítimas e muitos observadores esperam que essa seja apenas a primeira de várias ações necessárias para desmantelar o sistema de abusos dentro do Sodalício. Enquanto a liderança atual do movimento promete uma “renovação”, críticos e ex-membros, como José Enrique Escardó Steck, continuam céticos, afirmando que a organização deve ser dissolvida para garantir que os abusos não se repitam.

Conclusão: Um Capítulo Aguardando Desfecho

A decisão do papa Francisco de expulsar Luis Fernando Figari pode ser vista como um passo importante, mas o caminho para a justiça completa ainda parece longo. As vítimas clamam por uma reparação mais significativa e por ações concretas que vão além da expulsão de um líder. O caso do Sodalício, que ainda opera em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, levanta questões sobre o papel da Igreja em enfrentar e prevenir abusos sistêmicos em suas fileiras.

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