O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, na última quarta-feira (29), que bloqueou o envio de US$ 50 milhões para a Faixa de Gaza, alegando que o dinheiro seria utilizado para comprar camisinhas para o Hamas. Durante um discurso, Trump justificou o congelamento de recursos como parte de uma revisão de programas sociais e benefícios do governo, e destacou que os preservativos seriam transformados pelo grupo terrorista em dispositivos para fabricação de explosivos.
Trump comentou que, durante a gestão de Joe Biden, havia sido aprovado um orçamento para o envio dos US$ 50 milhões para Gaza, e que a Casa Branca havia identificado que esse montante seria destinado à compra de camisinhas. “Nós os usamos para fazer bombas”, afirmou Trump sobre a suposta utilização dos preservativos pelo Hamas.
Em 2020, surgiram relatos e imagens que mostravam o Hamas utilizando preservativos para criar “balões” com explosivos e enviá-los para Israel, causando incêndios em território israelense, conforme noticiado pelo “The Jerusalem Post”. No entanto, a imprensa americana, incluindo o “The Washington Post”, relatou que não há evidências de que a Casa Branca tenha aprovado tal orçamento especificamente para a compra de camisinhas.
Uma investigação do “Washington Post” revelou que o montante citado por Trump seria suficiente para adquirir 1,5 bilhão de preservativos. O jornal também apurou que, em 2024, o Departamento de Estado dos EUA autorizou o envio de US$ 50 milhões para Gaza com o objetivo de apoiar serviços de saúde, sem envolver preservativos. O governo dos EUA gastou uma quantia significativa em preservativos entre 2016 e 2022, parte de um programa internacional de combate ao HIV, e uma remessa foi enviada para a Jordânia, não para Gaza.
Nos últimos anos, a distribuição de preservativos na Faixa de Gaza tem sido responsabilidade da UNRWA (Agência da ONU para Refugiados Palestinos), que, em 2023, teve seu financiamento bloqueado pelos EUA após acusações de envolvimento de seus funcionários nos ataques terroristas do Hamas em outubro de 2023.
Além dessa questão, Trump sancionou na quarta-feira a lei “Lanken Riley”, que estabelece a prisão de imigrantes ilegais acusados de crimes violentos ou furtos, com um custo estimado de US$ 26,9 bilhões no primeiro ano.
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