A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a importância da transição energética como ferramenta essencial no combate ao aquecimento global. Em meio às recentes ondas de calor, que colocaram o verão deste ano entre os mais quentes da história, a ministra alertou para os desafios impostos por disputas tarifárias na arena internacional.
Na última quarta-feira (2), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 10% sobre todas as importações vindas do Brasil. Em resposta, o Congresso brasileiro aprovou um projeto de lei autorizando a taxação de produtos e empresas estrangeiras como medida de proteção da balança comercial. O presidente Lula reforçou que o Brasil não aceitará tais medidas passivamente, afirmando que o país exigirá “reciprocidade no tratamento”.
Segundo Marina Silva, o aumento das barreiras comerciais pode comprometer os recursos destinados ao combate às mudanças climáticas, redirecionando investimentos para setores considerados mais seguros. Ela ressaltou que o rompimento com o multilateralismo enfraquece a cooperação global, afetando relações diplomáticas e prejudicando iniciativas conjuntas. “Precisamos reforçar o apoio à cooperação e à livre iniciativa no mercado, ao invés de aprofundarmos disputas comerciais”, afirmou.
A ministra participou de um encontro no Ministério das Relações Exteriores com ministros do Meio Ambiente dos países do Brics, bloco atualmente presidido pelo Brasil. Durante o evento, ela enfatizou que conflitos comerciais podem minar a confiança entre os países e dificultar a captação de financiamento para iniciativas climáticas. “Ao invés de travarmos guerras comerciais, deveríamos nos unir contra as mudanças climáticas, a pobreza, a perda de biodiversidade e a desertificação”, declarou.
O impacto das decisões dos Estados Unidos sobre o clima também foi abordado. Durante sua gestão, Trump promoveu a saída do Acordo de Paris e incentivou a exploração de combustíveis fósseis, gerando preocupação quanto à adesão dos EUA à COP 30, que ocorrerá em novembro em Belém (PA). A ausência do maior emissor mundial de gases de efeito estufa poderia enfraquecer os esforços globais para conter o aquecimento global. No entanto, os organizadores da conferência apostam na cooperação entre os Brics para impulsionar as discussões e avançar nas negociações sobre financiamento climático.
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