Milhares de venezuelanos tomaram as ruas em protesto após a confirmação da vitória de Nicolás Maduro na eleição presidencial, em meio a alegações de fraude pela oposição.
Testemunhos e Reações
Um jovem desempregado de Caracas, que pediu para não ser identificado, descreveu a cena em seu bairro, tradicionalmente chavista, onde as pessoas começaram a bater em panelas em protesto. Ele relatou surpresa ao ver a mobilização em sua comunidade, que não costumava se manifestar contra o governo.
Maria Vázquez, uma dona de casa de 60 anos, disse que a marcha em Petare não foi organizada por partidos políticos, mas sim pela população indignada com a fraude eleitoral.
Escalada dos Protestos
Os panelaços e manifestações espontâneas se espalharam por diversas áreas de Caracas, incluindo Catia, Petare, La Vega, El Cementerio e até na emblemática Plaza Altamira, onde se reuniram opositores ao governo. Protestos também ocorreram nas proximidades da Assembleia Nacional e do Palácio Miraflores, sede do governo.
Jonathan, um homem de 39 anos, afirmou que saiu às ruas para defender o voto e que o descontentamento nos bairros populares é grande, com a população expressando sua raiva contra o governo.
Resposta do Governo
O governo de Maduro respondeu com repressão. Em várias áreas, manifestantes foram dispersos com gás lacrimogêneo e houve relatos de tiros. Katiusca Justo, uma jovem de Petare, descreveu a dificuldade de protestar pacificamente frente à repressão, mas afirmou sua intenção de continuar se manifestando até a queda do governo.
Perspectivas e Análises
Alejandro Velasco, historiador da Universidade de Nova York, comentou sobre a importância dos setores populares nos protestos, destacando que a união entre os bairros populares e a oposição tradicional pode marcar um ponto de inflexão na política venezuelana.
Enquanto alguns manifestantes se dispersaram, outros continuaram a protestar, montando barricadas e enfrentando as forças de segurança com pedras e paus. Os panelaços continuaram a soar em Caracas, indicando que a população permanece mobilizada contra o governo de Maduro.
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