Michel Barnier renuncia após moção de censura no Parlamento francês; Macron busca novo primeiro-ministro

Michel Barnier renuncia após moção de censura no Parlamento francês; Macron busca novo primeiro-ministro

O primeiro-ministro da França, Michel Barnier, foi ao Palácio do Eliseu, em Paris, nesta quinta-feira (5), para entregar sua carta de renúncia ao presidente Emmanuel Macron. Durante a reunião, que durou pouco mais de uma hora, ambos discutiram a situação política do país, enquanto o anúncio oficial de sua saída é aguardado nas próximas horas. Um pronunciamento de Macron está previsto para às 16h, no horário de Brasília (20h local).

A renúncia de Barnier ocorre após a aprovação, na quarta-feira (4), de uma moção de censura no Parlamento francês, derrubando o primeiro-ministro de forma inédita com o apoio tanto da esquerda quanto da extrema direita. A moção foi impulsionada pela rejeição da proposta de Orçamento para 2025, que gerou insatisfação entre os deputados e resultou na queda de Barnier, tornando seu governo o mais curto da história recente da França, com menos de 100 dias de duração.

A decisão foi amplamente comentada pela mídia francesa, com o jornal Le Figaro destacando como um “voto histórico” e uma “crise política”, enquanto Libération fez uma brincadeira com a famosa frase de Napoleão: “vim, vi, demitido”. Para muitos franceses, a situação foi descrita como uma “bagunça”, com a opinião pública considerando que tanto Barnier quanto Macron “tiveram o que mereceram”.

Michel Barnier foi nomeado primeiro-ministro em um momento de divisão política no Parlamento francês, após as eleições de junho, que resultaram em um cenário sem uma maioria clara. Macron, então, escolheu o ex-negociador do Brexit como primeiro-ministro para tentar garantir estabilidade. Contudo, sua nomeação gerou uma forte oposição, incluindo protestos da esquerda e da extrema direita, que agora se uniram para derrubá-lo.

Com a aprovação da moção de censura, Barnier é obrigado a deixar o cargo, e cabe a Macron decidir se buscará um novo nome para o posto ou se tentará negociar com os partidos majoritários no Parlamento. Fontes indicam que Macron pode indicar um novo premiê já neste fim de semana, apesar do risco de novas tensões políticas.

A crise política também foi agravada pela rejeição do Orçamento, que visava reduzir o déficit público e a dívida, com cortes no gasto público e aumento temporário de impostos para grandes empresas. O governo tentou ajustar a proposta após ouvir as críticas, mas a pressão política, liderada pela extrema direita e pela esquerda, foi suficiente para levar à queda de Barnier.

Agora, Macron enfrenta um cenário desafiador, com uma Assembleia Nacional dividida em três blocos irreconciliáveis, e terá de tomar decisões difíceis para manter a estabilidade política e econômica da França.

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