A Polícia Civil de São José dos Campos deflagrou, na manhã desta quinta-feira (27), a Operação Ultravale, que teve como alvo uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro. O grupo utilizava refugiados sírios como laranjas e mantinha vínculos com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Hezbollah. Durante a ação, foram apreendidos dinheiro em espécie, cartões de crédito, celulares e um veículo avaliado em mais de R$ 600 mil.
As investigações revelaram que o grupo operava por meio de empresas de fachada, utilizando os refugiados como sócios e administradores, com o objetivo de movimentar grandes quantias de dinheiro de forma ilícita. Essas empresas simulavam operações legais, conseguindo empréstimos e créditos no mercado financeiro, mas encerravam suas atividades logo após a liberação dos recursos, causando prejuízos milionários às instituições financeiras.
Além da criação de empresas fantasmas, o esquema envolvia movimentações bancárias incompatíveis com a renda declarada e contratos fictícios. Relatórios do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontaram que o grupo mantinha transações financeiras com entidades ligadas ao PCC, além de operações com indivíduos listados pelo OFAC (Office of Foreign Assets Control), órgão dos EUA que monitora atividades financeiras de células terroristas, como o Hezbollah. Investigadores destacaram o caráter transnacional e a gravidade dos crimes, devido aos vínculos internacionais.

Durante a operação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em imóveis residenciais e comerciais ligados aos investigados em endereços em São Paulo, Capital e em São José dos Campos.
Dentre as apreensões realizadas estão:
Um veículo de luxo avaliado em R$ 600 mil;
R$ 60 mil em espécie e US$ 20 mil (aproximadamente R$ 100 mil) em moeda estrangeira;
Documentos e cartões bancários emitidos em nomes de pessoas de origem árabe;
Telefones celulares, tablets e computadores, que passarão por perícia técnica.
Um dos investigados foi preso em flagrante pela posse irregular de arma de fogo e munições. Segundo os agentes, com a operação houve o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens avaliados em aproximadamente R$ 45 milhões.
De acordo com os investigadores, o nome da operação, Ultravale, faz alusão a uma das empresas de fachada, sediada em São José e que desempenhou papel central no esquema de lavagem de dinheiro.
A ação foi coordenada pelas equipes da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de São José dos Campos.
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