Na última segunda-feira, magistrados da Suprema Corte da Venezuela, frequentemente acusada pela oposição de ser um instrumento do chavismo, iniciaram o processo de validação das atas eleitorais das eleições presidenciais de 28 de julho. O objetivo é verificar se os registros das atas coincidem com os dados digitais e confirmar a precisão dos resultados que proclamam a vitória do presidente Nicolás Maduro.
Especialistas e observadores internacionais acompanharam a inspeção nas instalações do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em Caracas. Contudo, a oposição denunciou que não foi informada sobre a perícia e não teve representantes presentes no local. A oposição argumenta que a Sala Eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça não possui a competência para substituir o órgão eleitoral.
Enquanto isso, a agência de notícias Reuters relatou que as autoridades foram levadas ao Centro de Totalização, onde, com a ajuda de técnicos do CNE, começaram a cruzar as atas eleitorais com os registros digitais.
No dia seguinte às eleições, o CNE anunciou que Maduro conquistou seu terceiro mandato com cerca de 52% dos votos. A Suprema Corte, considerada pela oposição como um braço do chavismo, afirmou que continua revisando os resultados, embora a oposição ainda não tenha apresentado evidências de suas próprias contagens.
Pressão Internacional
Na quarta-feira (21), a coalizão opositora anunciou que não reconhecerá nenhuma decisão da Suprema Corte sobre os resultados eleitorais. Em resposta à situação, um grupo de 30 ex-chefes de Estado enviou uma carta ao presidente dos EUA, Joe Biden, acusando Maduro de buscar prolongar seu poder e rejeitando a ideia de novas eleições na Venezuela. O grupo, que inclui ex-presidentes como Álvaro Uribe (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador) e Maurício Macri (Argentina), elogiou a posição de Biden de não reconhecer a vitória de Maduro e de não apoiar novas eleições.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) também fez uma resolução exigindo a publicação das atas eleitorais, e um grupo internacional, incluindo os EUA, União Europeia e outros 21 países, emitiu uma declaração conjunta pedindo a divulgação dos resultados eleitorais pelo CNE.
Este cenário continua a gerar tensão e debates sobre a legitimidade das eleições e o futuro político da Venezuela.
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