Uma onda de violência está dominando as ruas de Bangladesh, resultando em pelo menos 19 mortes. Nesta quinta-feira (18), no terceiro dia de manifestações, milhares de estudantes protestaram contra a política de cotas para empregos governamentais, entrando em confronto direto com a polícia em Dhaka, capital do país.
Os manifestantes atacaram a sede da emissora estatal Bangladesh Television (BTV). Segundo a agência AFP, um grupo incendiou a recepção e um veículo da emissora. Um produtor de notícias e um repórter, falando anonimamente com a Associated Press, descreveram como escaparam do ataque saltando muros, enquanto alguns colegas ficaram presos no prédio em chamas.
As autoridades, em uma tentativa de conter a agitação, cortaram alguns serviços de internet móvel. Os protestos, iniciados em 1º de julho com bloqueios de estradas e ferrovias, escalaram para confrontos violentos, com imagens impressionantes de policiais sendo perseguidos e agredidos pelos manifestantes.
O número exato de mortos ainda é incerto. Seis mortes foram confirmadas na terça-feira (16), e estimativas das vítimas fatais desta quinta-feira elevam o total para 25 mortos, segundo o jornal Prothom Alo e o Daily Star.
Os estudantes, organizados principalmente pela Students Against Discrimination, se recusaram a negociar com a primeira-ministra Sheikh Hasina. Em resposta, o governo ordenou o fechamento indefinido de escolas e universidades.
As declarações da primeira-ministra, prometendo “justiça” pelas mortes, foram criticadas por Asif Mahmu, um dos coordenadores do movimento, que acusou ativistas do partido governista de cometerem assassinatos e desordens.
A situação em Bangladesh permanece tensa, com a violência nas ruas e a incerteza sobre o número de vítimas fatais.
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