Governo do Congo não confirma perda de controle de Goma enquanto rebeldes avançam na cidade

Governo do Congo não confirma perda de controle de Goma enquanto rebeldes avançam na cidade

Moradores de Goma, maior cidade do leste da República Democrática do Congo, estão deixando a localidade nesta segunda-feira (27) após intensos confrontos com os rebeldes do M23, apoiados por Ruanda. De acordo com relatos de testemunhas, tiros foram ouvidos durante a noite deste domingo (26) e, na manhã de segunda-feira, dezenas de rebeldes marcharam em direção à cidade, que fica na fronteira com Ruanda.

“Estamos fugindo porque vimos soldados na fronteira com Ruanda jogando bombas e atirando”, disse Safi Shangwe, uma das pessoas que estava em movimento para deixar a cidade. A agência de notícias Associated Press (AP) informou que os rebeldes anunciaram ter tomado o controle de Goma, mas o governo congolesa ainda não confirmou a perda da cidade.

Os rebeldes do M23, que lutam contra o governo da República Democrática do Congo (RDC), estabeleceram um ultimato para as forças de segurança congolesas se renderem, com o prazo prestes a expirar. Eles pediram que os militares se reunissem no estádio central e que os moradores permanecessem calmos. A ONU relatou que, após dias de cerco, combatentes do M23 e mais de 3.500 soldados ruandeses entraram na cidade.

“Goma está prestes a cair”, lamentou o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, em uma declaração condenando a ofensiva dos rebeldes. A situação se agrava com uma “fuga em massa” de prisioneiros, após o incêndio de uma prisão que abrigava 3 mil detentos, resultando em várias mortes, segundo fontes de segurança.

O M23, um dos mais de 100 grupos armados na região, disputa o controle de territórios ricos em minerais, alimentando um dos maiores conflitos da África, que já dura décadas. A conquista de Goma pelos rebeldes é o ápice de uma série de vitórias na fronteira com Ruanda.

As autoridades do Congo acusam Ruanda de uma “agressão frontal” e cortaram relações diplomáticas com o país vizinho no fim de semana, após negociações fracassadas. Por outro lado, Ruanda acusou as forças armadas congolesas de bombardeios indiscriminados em território ruandês, resultando em mortes e feridos.

A escalada de hostilidades entre os dois países preocupa analistas, que alertam para a possibilidade de maior desestabilização na região. A crise humanitária no leste do Congo é uma das maiores do mundo, com mais de 6 milhões de pessoas deslocadas devido ao conflito.

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