Nesta terça-feira (10), Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, afirmou que os Estados Unidos, que romperam relações diplomáticas com a Síria em 2012, estariam dispostos a reconhecer um futuro governo sírio, desde que ele seja confiável, inclusivo e respeite os direitos das minorias. Segundo Blinken, o processo de transição na Síria deve levar a uma governança não sectária e transparente, conforme os padrões internacionais de responsabilidade, em consonância com a Resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU. Caso isso aconteça, os EUA reconheceriam e apoiariam o novo governo sírio.
Enquanto isso, o vice-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jon Finer, revelou em uma entrevista durante a conferência Reuters NEXT, em Nova York, que as tropas americanas ainda estão na Síria com uma missão importante a cumprir, sem fornecer mais detalhes. A declaração de Finer foi feita no mesmo dia em que Israel anunciou ordens para a criação de uma “zona de defesa estéril” no sul da Síria e informou que suas forças atingiram a maior parte dos estoques de armas estratégicas sírias.
O presidente dos EUA, Joe Biden, e seus principais assessores veem a situação como uma oportunidade histórica para o povo sírio, após décadas sob o governo de Bashar al-Assad, embora também alertem sobre os riscos e incertezas do momento. Os EUA, juntamente com outros governos da região e do Ocidente, tentam estabelecer formas de se engajar com os grupos rebeldes sírios, incluindo a principal facção, Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que tem ligações anteriores com a Al Qaeda e é considerada uma organização terrorista pelos EUA, UE, Turquia e ONU.
Além disso, Mohamed al-Bashir, líder da oposição síria, anunciou que assumirá como primeiro-ministro interino até março de 2025. Al-Bashir lidera o Governo da Salvação Síria, uma coalizão formada principalmente por rebeldes do HTS, e sua nomeação ocorre em meio a negociações para a formação de um novo governo na Síria.
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