,

Expectativa de nova alta de juros pelo BC em meio a riscos econômicos crescentes

Expectativa de nova alta de juros pelo BC em meio a riscos econômicos crescentes

Economistas ouvidos pelo G1 preveem que o Banco Central (BC) deve anunciar uma nova elevação da taxa de juros nesta quarta-feira (11), com um ajuste mais agressivo, continuando a trajetória de aperto monetário em 2025. A pressão sobre a inflação brasileira vem aumentando devido a fatores internos e externos, com um mercado cada vez mais cauteloso diante da situação fiscal do país e do cenário internacional.

De acordo com os analistas, o Comitê de Política Monetária (Copom) terá de acelerar a alta da taxa básica de juros, o que reflete o pessimismo crescente sobre as perspectivas econômicas. O pacote de cortes de gastos anunciado pelo governo foi considerado insuficiente, e a vitória de Donald Trump nas eleições nos Estados Unidos também gerou um aumento na percepção de risco econômico, afetando negativamente o real e desvalorizando a moeda para além dos R$ 6.

O BC já havia alertado que o cenário desafiador exigiria um ajuste mais rigoroso para controlar a inflação, que segue distante da meta de 3%. Em sua última reunião, o Copom elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. As expectativas agora oscilam entre uma alta de 0,75 p.p. e 1 p.p., com a previsão de que a taxa básica de juros feche 2024 em 12% e chegue a 13,5% até o final de 2025.

A seguir, detalhamos os principais fatores que explicam a expectativa de alta nas taxas de juros.

Fatores que Aceleram a Alta de Juros

1. Incertezas sobre as contas públicas
O aumento de gastos no último ano, principalmente com transferências sociais, tem pressionado a inflação, enquanto o déficit fiscal continua elevado. Mesmo com superávits pontuais, a dívida pública segue em alta, o que gera desconfiança nos investidores. A recente proposta de corte de R$ 70 bilhões em despesas foi vista como insuficiente, principalmente devido à renúncia de receita com isenções de impostos.

2. Atividade econômica robusta e mercado de trabalho aquecido
O crescimento do PIB e a queda no desemprego também contribuem para manter o consumo elevado, alimentando a pressão inflacionária. O PIB cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024, e a taxa de desemprego caiu para 6,2%, o menor patamar da série histórica. Esse cenário de atividade econômica forte pode levar o Copom a manter os juros elevados para evitar uma aceleração da inflação.

3. Cenário internacional adverso e pressão sobre o câmbio
A vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos trouxe incertezas sobre a economia global, com expectativas de aumento de tarifas e maior protecionismo, o que poderia resultar em uma inflação mais alta nos EUA. Isso, por sua vez, aumentaria a pressão sobre o dólar, o que afeta diretamente as moedas emergentes como o real, colocando ainda mais pressão sobre a inflação brasileira.

O Que Esperar para 2025?

Diante de uma série de pressões inflacionárias, economistas não preveem uma redução nos juros no curto prazo. A expectativa é que o BC continue elevando a taxa de juros até pelo menos o final de 2025. Além disso, há preocupações sobre o possível aumento de gastos em 2026, ano eleitoral, o que poderia agravar ainda mais a situação fiscal do país.

Embora o governo tenha apostado em um pacote de cortes de gastos para tentar reconquistar a confiança do mercado, ele ainda é considerado insuficiente por analistas. O G1 mostrou recentemente que os investidores não esperam uma redução substancial nos juros, com a maioria acreditando que a taxa Selic se manterá acima de 10% durante o governo Lula.

Compartilhar :
Tags

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ao Vivo :

Categorias :

Parceiros :

Ouça nossa rádio em seu celular ou tablet com Android ou no iPhone e iPads

Nos siga nas redes Sociais :

Novos Posts no Instagram :