O dólar inverteu a tendência positiva registrada no início da sessão e passou a cair nesta quarta-feira (15), após a divulgação de dados de inflação dos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor norte-americano de dezembro veio acima das expectativas, impulsionando o mercado a ajustar suas previsões. A moeda norte-americana operava em queda de 0,39%, cotada a R$ 6,0224 às 11h35, após ter fechado o dia anterior em R$ 6,0458, com uma retração de 0,85%.
No cenário doméstico, o mercado acompanha de perto a divulgação dos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) pelo IBGE e as movimentações fiscais no Brasil. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrava uma alta de 1,32%, alcançando 120.869 pontos no mesmo horário.
Inflação nos EUA e Expectativas sobre os Juros
O mercado segue atento aos dados econômicos dos Estados Unidos, especialmente os índices de preços, que afetam diretamente as expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed). A inflação ao consumidor dos EUA subiu 0,4% em dezembro, superando a expectativa de 0,3%. Em termos anuais, o índice ficou em 2,9%, conforme o projetado.
Esses números indicam que o Fed pode adotar uma postura mais cautelosa em relação ao corte de juros neste ano. Juros mais altos nos EUA tendem a valorizar o dólar em relação a outras moedas, incluindo o real. O cenário ainda é influenciado pela eleição de Donald Trump para a presidência, o que pode gerar uma agenda mais protecionista e aumentar a pressão inflacionária, evitando novos cortes de juros.
Temporada de Balanços nos EUA
O início da temporada de balanços corporativos nos EUA também está no radar dos investidores, com empresas de peso, como BlackRock, Citigroup, Goldman Sachs, J.P. Morgan e Wells Fargo, divulgando seus resultados nesta quarta-feira.
Impacto da Economia Brasileira e o Cenário Fiscal
No Brasil, a atenção se volta para o desempenho do setor de serviços, que registrou uma retração mais forte do que o esperado em novembro, com queda de 0,9%, afetando as expectativas para o fechamento do ano. Apesar disso, o setor ainda deverá ter apresentado resultados positivos em 2024.
Além disso, o mercado segue de olho nas ações do governo brasileiro para melhorar a situação fiscal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou um projeto que flexibiliza o pagamento das dívidas dos estados com o governo federal, com medidas que buscam equilibrar as contas públicas para os próximos anos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que novas ações para garantir a sustentabilidade fiscal estão sendo planejadas, após reconhecer que o governo teve problemas de comunicação no último ano. A equipe econômica continua a trabalhar para implementar medidas que ajudem a fortalecer o arcabouço fiscal do país.
Com informações da agência de notícias Reuters
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