O dólar iniciou a semana em baixa nesta segunda-feira (6), cotado a R$ 6,10 por volta das 10h20, refletindo as expectativas de que o governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá aplicar tarifas menores aos produtos importados do que o prometido durante sua campanha eleitoral. A notícia foi divulgada pelo “The Washington Post”, que citou fontes próximas ao presidente, afirmando que Trump e sua equipe estão buscando uma abordagem mais focada, que atingiria apenas setores estratégicos para a segurança nacional, como energia e defesa bélica.
Porém, Trump se manifestou em sua rede social, Truth Social, negando as alegações do jornal, classificando-as como “fake news” e reafirmando seu compromisso com as tarifas.
O mercado reagiu positivamente a essa possível diminuição das tarifas, o que pode reduzir a pressão sobre a inflação americana, já acima da meta do Federal Reserve (Fed). Tarifas menores significariam menos custos para os consumidores, pois produtos importados não ficariam tão caros, ajudando a controlar a alta dos preços e evitando que o Fed precise elevar ainda mais as taxas de juros. A expectativa de menores juros e uma inflação mais controlada também tendem a enfraquecer o dólar, tornando os investimentos mais atraentes.
Além disso, a semana será marcada pela divulgação de importantes dados econômicos dos EUA, especialmente sobre o mercado de trabalho, que são cruciais para entender a saúde da economia e as futuras decisões do Fed.
No Brasil, os olhares estão voltados para a divulgação da inflação de dezembro e o fechamento de 2024, que devem ocorrer na sexta-feira (10). A expectativa é que o Brasil tenha estourado a meta da inflação pelo terceiro ano consecutivo, o que pode impactar o cenário econômico e as ações do Banco Central.
Por volta das 11h40, o dólar apresentava uma queda de 0,74%, sendo cotado a R$ 6,1353. Na última sexta-feira (3), o dólar teve uma alta de 0,30%, fechando a R$ 6,1811. No mercado acionário, o Ibovespa subia 0,93%, aos 119.631 pontos.
A redução das tarifas de importação pelos EUA é vista com cautela, pois, embora possa ajudar na inflação, também pode afetar a dinâmica do comércio global, especialmente com a China e México. O impacto dessas decisões nas expectativas de juros nos EUA é um dos fatores que os investidores acompanham atentamente, dado seu efeito sobre o dólar e os mercados financeiros.
No Brasil, além da expectativa sobre a inflação, o mercado também aguarda novas sinalizações do governo sobre o corte de gastos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir as ações fiscais, o que poderá influenciar o rumo das projeções econômicas no país. O Banco Central também pode agir para conter o avanço do dólar, o que é acompanhado de perto pelos analistas e investidores.
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