Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,22%, sendo negociada a R$ 5,4335. O principal índice da bolsa de valores brasileira teve um aumento de 0,41%, alcançando 119.630 pontos.
O dólar está em alta nesta quarta-feira (19), tendo ultrapassado o patamar de R$ 5,45 nas primeiras horas de negociação.Os investidores estão atentos à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), prevista para o final desta quarta-feira.
A expectativa é que o Copom mantenha a taxa Selic, a taxa básica de juros, inalterada em 10,50% ao ano, num momento em que a inflação no país volta a acelerar, impulsionada por alimentos e pelo dólar elevado.
Essa decisão também ocorre num momento de tensão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Banco Central. Na véspera, o presidente fez críticas à gestão da instituição e à condução dos juros. (veja mais abaixo)
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, está operando em queda.
Dólar Às 12h04, o dólar subia 0,60%, sendo cotado a R$ 5,4661. Na máxima do dia, atingiu R$ 5,4721. Veja mais cotações.Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,22%, sendo cotada a R$ 5,4335. Na máxima do dia, alcançou R$ 5,4444. Com esse resultado, segue no nível mais alto desde 4 de janeiro de 2023, quando encerrou o dia em R$ 5,4523.
Com o resultado, acumulou altas de:
0,96% na semana; 3,51% no mês; 11,97% no ano.
O grande destaque do dia é a reunião do Copom. A expectativa geral é que o BC mantenha os juros em 10,50% ao ano, mas o mercado aguarda mais detalhes que serão divulgados no comunicado da instituição após o encontro.
Além disso, os investidores ainda estão repercutindo declarações feitas ontem pelo presidente Lula, que voltou a criticar a postura do BC em relação aos juros, afirmando que o país não precisa de uma taxa elevada.
Lula afirmou que o Banco Central é a “única coisa desajustada” no Brasil e que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, “trabalha para prejudicar o país”.
“Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Presidente que tem lado político, que trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está”, declarou Lula em entrevista à Rádio CBN.
Sobre o presidente do BC, Lula disse que Roberto Campos Neto tem aspirações políticas e sugeriu que ele pode assumir um cargo no Governo do Estado de São Paulo quando seu mandato terminar: “A quem esse rapaz é subordinado? Como vai a festa em SP quase assumindo candidatura a cargo no governo de SP? Cadê a economia dele?”, questionou.
Vale lembrar que o mandato de Campos Neto termina em 2024 e que, desde 2021, a legislação brasileira assegura a autonomia do BC, que deve tomar decisões sem interferência política. No entanto, Lula mencionou que vai indicar para a presidência da instituição alguém com “compromisso com o crescimento do país”.
A legislação determina que o presidente e os diretores do BC terão mandatos de 4 anos, não coincidindo com a presidência da República – um novo presidente assume o BC, então, no terceiro ano de mandato de cada presidente da República.
Cabe ao presidente da República indicar nomes para o comando do BC, mas estes só serão aprovados com a anuência do Senado Federal.
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