A Venezuela vive, sob o regime de Nicolás Maduro, um cenário de constante desalinho político e repressão intensificada, sem perspectivas de pacificação com seus opositores. Como bem definiu o escritor Alberto Barrera Tyszka, os venezuelanos estão em uma situação de permanente “pré-apocalipse”. Segundo ele, “nossa história está sempre à beira de explodir”, refletindo a instabilidade e a crise política que o país atravessa.
Maduro, atualmente em seu terceiro mandato, assumiu o poder pela força, após derrotar a oposição e ser esnobado pela grande maioria dos países do continente e pela União Europeia. Sem legitimidade internacional, o regime se sustenta apenas com o apoio de regimes autocráticos como Rússia e China. Embora tenha se proclamado vencedor em eleições marcadas pela falta de transparência, ele não apresentou um único boletim de votação como prova da vitória.
A situação política na Venezuela continua dividida, com dois líderes disputando o comando do país. Maduro se apoia no aparato repressivo e em alianças externas para garantir seu controle, enquanto renova ameaças contra os opositores. Recentemente, ele acusou o adversário Edmundo González Urrutia de desafiar o regime, oferecendo uma recompensa de US$ 100 mil para quem informasse sobre seu paradeiro, enquanto ele viajava por países como Argentina, Uruguai, EUA, República Dominicana e Panamá em busca de apoio.
O regime também intensificou a repressão, com a prisão de figuras da oposição, como o ex-candidato presidencial Enrique Márquez e o jornalista Carlos Correa. O genro de González foi sequestrado enquanto levava os filhos à escola, e a violência continua a assolar o país.
Mesmo com o medo instaurado pelo regime, protestos contra a nova posse de Maduro se mantiveram nas ruas, com a presença de líderes opositores como María Corina Machado, que reapareceu após 130 dias de clandestinidade. Ela criticou abertamente o regime, afirmando que ele está em colapso e se autodestruindo. No entanto, em um episódio confuso, Machado teria sido sequestrada pelas forças de segurança, mas logo liberada. O governo, através de figuras como Diosdado Cabello e o procurador-geral Tarek William Saab, negou a gravidade da situação, alegando que tudo não passava de uma encenação de opositores.
Com o regime sem qualquer perspectiva de pacificação à vista, a integridade de líderes como María Corina Machado e Edmundo González continua a ser um ponto crucial na luta política, e um ativo valioso para o regime de Maduro, que se mantém firmemente no poder à custa de violência e intimidação.
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