Ataque a Assentamento do MST em Tremembé (SP) deixa dois mortos e seis feridos

Ataque a Assentamento do MST em Tremembé (SP) deixa dois mortos e seis feridos

Um ataque ao assentamento Olga Benário, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Tremembé, no interior de São Paulo, resultou na morte de duas pessoas e em seis feridos na noite de sexta-feira (10). Os feridos foram levados para o Hospital Regional de Taubaté, onde cinco seguem internados e um já recebeu alta. A Secretaria de Saúde do Estado não divulgou informações sobre o estado de saúde dos feridos até o momento.

O ataque ocorreu por volta das 23h, na Estrada Kanegae, e envolveu homens armados que invadiram o assentamento, um território regularizado pelo Incra há cerca de 20 anos, e abriram fogo contra as vítimas. As autoridades já prenderam um suspeito, Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como “Nero do piseiro”, acusado de chefiar a invasão. Ele foi reconhecido por testemunhas e preso no sábado (11). Após audiência de custódia, a Justiça decidiu mantê-lo preso por 30 dias.

A motivação do ataque, de acordo com a Polícia Civil, seria uma disputa interna sobre a permissão para negociar terrenos dentro do assentamento. A polícia também solicitou a prisão de um segundo suspeito, que continua foragido. A investigação foi intensificada com a ajuda da Polícia Federal, que instaurou um inquérito sobre o caso.

As vítimas fatais foram identificadas como Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos. Os feridos têm idades entre 18 e 49 anos, sendo homens e mulheres. A polícia já ouviu os sobreviventes, que devem ser novamente interrogados assim que tiverem alta médica.

O ataque gerou comoção na comunidade e no movimento, com o velório das vítimas ocorrido neste domingo (12), onde estiveram presentes autoridades como os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Social e Agrário) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos), além de lideranças do MST. Durante o velório, uma multidão pediu “justiça” pelas mortes.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário repudiou o ataque e expressou solidariedade aos assentados. O Ministério de Direitos Humanos também se manifestou, ressaltando a urgência de fortalecer as políticas de proteção a defensores de direitos humanos.

A Polícia Militar reforçou o policiamento na área, e a investigação continua para identificar todos os envolvidos no crime.

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