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Milho mais resistente ao calor: pesquisa usa bactéria para enfrentar os impactos das mudanças climáticas

Milho mais resistente ao calor: pesquisa usa bactéria para enfrentar os impactos das mudanças climáticas

Em Campinas (SP), uma pesquisa inovadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está criando um milho mais resistente ao calor e à seca, utilizando a agrobactéria para editar o DNA da planta. A edição genética, que pode ajudar a combater os efeitos das mudanças climáticas, busca aumentar a tolerância do milho a temperaturas mais altas e à escassez de água.

O estudo promete que o milho modificado possa suportar até 2°C a mais do que sua temperatura ideal de cultivo, que varia entre 28°C e 30°C. Além disso, a planta poderá precisar de apenas 20% da quantidade de água utilizada atualmente. Este avanço poderia viabilizar a produção de milho mesmo com o aumento global de temperaturas, que, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), deve alcançar 1,5°C a mais entre 2030 e 2050.

A pesquisa também apontou que as plantas geneticamente modificadas apresentaram um aumento de 10% na produção de milho. O Brasil, que é o terceiro maior produtor mundial de milho, representando cerca de 11,7% do fornecimento global, está se adaptando rapidamente às mudanças climáticas. Em 2024, a safra brasileira deve atingir 119,8 milhões de toneladas, mantendo-se estável apesar das condições climáticas.

Como a agrobactéria altera o milho

A agrobactéria é uma bactéria que tem a capacidade de editar o DNA das plantas, de forma a aumentar sua resistência ao calor e à seca. Embora na natureza essa bactéria seja considerada uma praga, no laboratório ela é modificada para não causar danos ao milho. A equipe de pesquisa também mapeou completamente o genoma do milho para garantir a precisão na modificação genética.

O milho roxo como indicador de sucesso

Durante o processo, os cientistas inserem um marcador genético que causa uma mudança na cor dos grãos de milho. Esse marcador permite que os pesquisadores identifiquem as plantas em que o gene alterado foi bem-sucedido, visualizando a coloração roxa nos embriões e nas espigas. No entanto, quando a nova variedade for comercializada, o marcador será removido, e o milho voltará a sua cor tradicional amarela.

Testes em ambientes extremos

O milho modificado passa por diferentes etapas de desenvolvimento em condições controladas. No início, a planta é cultivada em uma sala de aclimatação com temperaturas ideais, antes de ser transferida para estufas que simulam condições de calor extremo. Os cientistas monitoram a planta para detectar sinais de estresse térmico e avaliar sua capacidade de continuar realizando fotossíntese corretamente. Se o milho resistir, a genética das plantas bem-sucedidas é replicada por polinização e também testada em lavouras reais.

Com a implementação desses avanços, a pesquisa não só promete garantir o futuro do milho no Brasil, mas também pode oferecer soluções para a agricultura global, enfrentando os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

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