O Banco Central revisou sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024, elevando-a de 3,2% para 3,4%. A informação foi divulgada no relatório de inflação do quarto trimestre, apresentado nesta quinta-feira (19). Caso a previsão seja confirmada, será o maior crescimento da economia desde 2021, quando o PIB avançou 4,8%, impulsionado pela recuperação pós-pandemia de Covid-19. Nos dois anos seguintes, o crescimento foi de 3% em 2022 e 3,2% em 2023 (valor revisado).
O resultado oficial do PIB de 2024 será divulgado somente em 7 de março de 2025 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo do indicador.
Crescimento Acelerado
No início deste mês, o IBGE revelou que o PIB registrou um crescimento de 0,9% no terceiro trimestre de 2024, em comparação com os três meses anteriores. Esse resultado superou as expectativas do mercado financeiro. O Banco Central, por sua vez, destacou que a economia deve continuar a acelerar no quarto trimestre do ano.
“Indicadores mensais de outubro sugerem que a produção industrial e as vendas no varejo registraram taxas de crescimento superiores ao do PIB no terceiro trimestre. Além disso, o investimento em ativos fixos acumulado até outubro é maior do que o registrado em setembro”, afirmou o Banco Central.
No entanto, o investimento acumulado pelas empresas de incorporação imobiliária caiu 10,3% até outubro, em comparação ao mesmo período do ano passado, refletindo uma desaceleração nesse setor. No mercado de trabalho, a taxa de desemprego apresentou queda entre agosto e outubro, atingindo o menor nível da série histórica.
Inflação Sob Pressão
Apesar do crescimento econômico ajudar a reduzir o desemprego, ele também exerce pressão sobre a inflação, que deve ficar acima do teto da meta em 2024, segundo o próprio Banco Central. De janeiro a novembro, a inflação acumulada foi de 4,29%, e a projeção do mercado é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano acima de 4,5%. Isso representa o terceiro descumprimento consecutivo da meta de inflação nos últimos quatro anos, após um cumprimento em 2023.
Entre os fatores que têm pressionado a inflação este ano estão os efeitos climáticos, como as secas, que impactaram os preços dos alimentos e da energia elétrica. O aumento nos gastos públicos também tem influenciado o crescimento da economia e gerado tensões nos mercados financeiros.
Ação do Banco Central
Com a inflação em alta, o Banco Central tem aumentado a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 12,25% ao ano. A expectativa é de que a Selic suba ainda mais no início de 2025, atingindo 14,25% ao ano, o que representaria um novo choque de juros para a economia.
Deixe um comentário