O Brasil gerou 1,69 milhão de empregos com carteira assinada em 2024, um aumento de 16,5% em comparação com o ano anterior, quando foram criados 1,45 milhão de postos de trabalho. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
No total, em 2024, houve 25,57 milhões de contratações e 23,87 milhões de demissões. Esses resultados marcam uma retomada na criação de empregos formais após dois anos de desaceleração.
Em dezembro de 2024, o saldo de empregos formais foi de 47,21 milhões, um aumento em relação aos 45,51 milhões registrados no mesmo mês de 2023. No entanto, o mês de dezembro também viu um número recorde de demissões, superando as contratações em 535,54 mil vagas, o que é considerado um reflexo da sazonalidade do comércio e do encerramento de contratos temporários no setor público, especialmente nas áreas de educação e saúde.
Desafios e a Política Monetária do Banco Central
Em um momento de forte crescimento da economia brasileira, que deve registrar uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% em 2024, o governo também enfrenta pressões inflacionárias. O aumento da taxa de juros, com a Selic alcançando 13,25% ao ano, é uma medida adotada pelo Banco Central para conter a inflação. No entanto, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, manifestou preocupação com o impacto da política monetária sobre o mercado de trabalho e pediu que a instituição reconsidere novos aumentos da Selic, previstos para os próximos meses.
Empregos por Setor e Região
Os números do CAGED de 2024 mostram que a criação de empregos formais se distribuiu entre todos os setores da economia, com destaque para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, que lideraram a criação de vagas.
Além disso, o salário médio real de admissão foi de R$ 2.162,32 em dezembro, apresentando um pequeno aumento em relação ao mês anterior e também comparado a 2023.
Diferença entre CAGED e Pnad
É importante destacar que os dados do CAGED consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, o que os torna distintos dos números de desemprego divulgados pelo IBGE por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O CAGED não abrange trabalhadores informais, ao contrário da Pnad, que coleta dados de toda a força de trabalho, incluindo os informais.
Esses dados sugerem que, embora a criação de empregos formais esteja em crescimento, o mercado de trabalho informal também continua a desempenhar um papel importante na economia brasileira, refletindo um quadro dinâmico e desafiador para as políticas públicas.
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